Discussões sobre “Ciência, Tecnologia, Inovação e Meio Ambiente” tiveram espaço em uma mesa-redonda na tarde deste sábado (24), no Auditório Itaúnas, durante o WFCP 2016. Na ocasião, representantes de grupos de afinidade sobre Pesquisa Aplicada, Escolas Verdes e Altas Competências Técnicas abordaram os desafios para a educação técnica e tecnológica. Martin Doel, da University College London (Inglaterra), foi o moderador da mesa.

“Estamos presenciando, em grande parte dos países, uma educação voltada para curto prazo. Estamos deixando em segundo plano a abordagem de uma educação de longo prazo, aquela voltada para a sustentabilidade”, disse Martin Doel, quando enfatizou a necessidade de mudar e romper a “borda acadêmica” na educação por meio do desenvolvimento da pesquisa aplicada, com foco na inovação.

Após a fala de Doel, Nick Davy, da Association of Colleges (Inglaterra), defendeu uma mudança, necessária para sair do que ele chamou de “massificação da educação”, com diversas instituições de ensino que não estão preparando adequadamente o aluno para as necessidades do mercado e para o que a comunidade realmente precisa. “Precisamos aprender mais, colegas, sobre a relação entre a educação técnica e a empregabilidade nos países”, afirmou.  Para ele, atualmente e em muitas localidades, a “educação de alto nível” é normalmente associada com a graduação e a pós-graduação e isso precisa mudar.

O presidente da Northeast Community College (Estados Unidos), Michael Chipps, começou a participação na mesa-redonda destacando que, com o passar dos anos, ele avalia que as instituições de ensino, no mundo todo, foram se tornando mais acadêmicas, “com menos pesquisas aplicadas capazes de entregar o que a comunidade realmente precisa”. Chipps revelou que, na instituição que ele preside, a mudança já está acontecendo, com o desenvolvimento de diversas pesquisas aplicadas, realizadas também em parceria com outras instituições e corporações.

“Estamos preparando uma nova fazenda em nossa instituição. Com isso, vamos voltar à fazenda e lá vamos ensinar aos nossos alunos a usar as técnicas”, ressaltou Michael Chipps quando falou um pouco das parcerias já efetivadas por eles, a exemplo da que possuem com o Fleming College na realização de uma pesquisa aplicada sobre conservação de água.

Sustentabilidade

A questão da sustentabilidade na educação técnica e tecnológica foi abordada por Martin Riordam, diretor da TAFE Directors Australia, que destacou a importância da educação vocacional e dos “green colleges” ou “escolas verdes”, que são as instituições que tratam a sustentabilidade como prioridade máxima.

Nesses locais, segundo explicou Riordam, são priorizadas no processo educacional, a vocação da população, o desenvolvimento de habilidades técnicas específicas, a sustentabilidade, a educação para a sustentabilidade e para a energy literacy – que é a compreensão da natureza e de toda a sua energia, ao redor do mundo e no cotidiano da vida, desenvolvendo a habilidade para responder às questões emergentes e resolver os problemas.

Depois da explanação de Martin Riordam, representantes de todos os projetos vinculados aos grupos de afinidade e que serão apresentados no domingo (25), fizeram um breve resumo de cada projeto. A programação de amanhã contemplará os seminários dos grupos de afinidade: Pesquisa Aplicada e Inovação; Altas Competências Técnicas; Escolas Verdes, além do Desenvolvimento de Lideranças e Empreendedorismo; e Acesso à Aprendizagem e Emprego e Serviços ao Estudante. Esses dois últimos são temas de grupos de afinidade que foram tratados em outra mesa redonda que também aconteceu hoje no WFCP 2016.

Grupos de Afinidade

Os grupos de afinidade são formados a partir de um interesse comum e reúnem pesquisadores de diversas instituições e de diferentes países que, juntos, trocam conhecimentos, experiências e realizam estudos sobre temas de interesse de todos.

Adriana Souza Campos – Reditec/WFCP 2016.

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