Nós temos num mundo melhor

Nós temos força pra fazer acontecer

Todo poder para mudar

Está na palma das nossas mãos

 

Ao chegar ao Auditório Vitória antes do encerramento do Congresso da Federação Mundial dos Colleges e Politécnicos (WFCP, na sigla em inglês) era possível ver os youth campers (termo em inglês para se referir aos participantes do Youth Camp) abraçados e cantando a música oficial do evento. Nas palavras “fé”, “força” e “mudar”, a voz dos “cantores” se intensificava. Assim, foi inevitável que os presentes sentissem a energia que explodiu durante os sete dias de integração entre 34 estudantes de diversas partes do mundo que participaram do International Youth Camp (Acampamento Internacional da Juventude).

No pré-evento, o grupo percorreu os campi Vitória, Itapina, Venda Nova do Imigrante e Serra para debater três temas centrais: Sustentabilidade, Empreendedorismo, Desenvolvimento de lideranças e Educação inclusiva.

De Santiago, no Chile, Bryan Concha tem nos cabelos uma longa trança cuidadosamente colocada sobre o ombro direito. Viajou pela primeira vez ao Brasil com o desejo de aprender a Língua Portuguesa, pois aos 25 anos estuda Turismo na Duoc UC. “Estou emocionado porque sempre quis vir ao Brasil e, por meio do WFCP, tive essa oportunidade. Além de melhorar o idioma, exercitei o inglês e aprendi a cultura de diversos lugares”, conta.

André Fialho Coelho, 21 anos, é estudante da nona fase do curso de Engenharia de Controle e Automação no Instituto Federal Fluminense (IFF), mora no Rio de Janeiro há 17 anos, mas ainda tem o sotaque mineiro. Disse que os sete dias de Youth Camp e WFCP foram intensos. “Trocamos experiências, compartilhamos ideias e tivemos a chance de dar a nossa opinião. Essa é a oportunidade que se tem uma vez na vida, pois aprendemos com pessoas que fazem a diferença no mundo”, relata ele ao se referir aos representantes de instituições nacionais e internacionais presentes no evento.

Não é difícil se emocionar com a energia e a disposição que emanam dos youth campers. Com apenas 17 anos, Giullia Moraes Arrivabene tem orgulho de falar das suas origens. Estudante do terceiro ano do curso técnico integrado em Eletrotécnica no Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), diz que logo que soube do evento se inscreveu como voluntária. “É um congresso importante e eu precisava estar nele. Em seguida, soube do Youth Camp e me inscrevi. É uma experiência única conhecer gente do mundo e, mais ainda, conhecer de onde essas pessoas vieram e as dificuldades que elas passaram para estar aqui. Passai a ter outra visão de mundo”.

Entre os três participantes, as vivências coletivas e as trocas de experiência são os principais ganhos desses dias de Youth Camp. “Fico triste porque acabou. É o encerramento de algo que passaremos uma vez na vida, mas estou feliz pela certeza de que os laços aqui feitos serão levados por toda a vida”, diz Bryan com os olhos marejados.

Com uma possível proposta de trabalho lançada devido à sua dedicação e envolvimento na atividade, André fala que são acessos como esses que fazem a Rede Federal ser algo único. “Eu me sinto honrado em estudar num IF. Aqui, aproveitei todas as oportunidades que me foram dadas, como Ciência sem Fronteiras, curso superior gratuito e Youth Camp. E, com isso, tenho vontade de fazer parte da mudança no mundo”.

Ao se avaliar como cética, Giullia conta que mudou os seus conceitos e reavaliou o seu lugar no mundo para promover a transformação social e a inclusão por meio da educação. “Ao ouvir as dificuldades que alguns colegas passaram me sinto agradecida por ter tido oportunidades e acesso. Assim, vi que estava vivendo numa bolha e que é possível fazer a diferença levando o que você aprendeu para o seu entorno. É possível, sim, mudar a comunidade em que vivemos em busca de um mundo melhor. Esse foi o ponto mais significativo para mim: mudar a minha postura para ajudar os outros”.

Nicole Trevisol/WFCP e Reditec 2016.

Assista ao vídeo que os youth campers produziram para o encerramento do Congresso da WFCP.

Veja fotos:

*Mosaico Imagem.